mercoledì 23 giugno 2010

Saramago por Vilma Gidaro

uma fotografia dum "meu" dia com Saramago


A nossa aluna VILMA GIDARO diz-nos: "escrevi como habitualmente um texto onde há sensações pessoais... não podia com certeza fazer uma critica literária ao Nobel Saramago.. eu não sou ninguém para falar dele, mas eu sei que o amei muito e assim será para sempre."

Aqui publicamos a sua homenagem ao grande escritor e a fotografia que a Vilma também nos enviou, de quando em Lisboa viu a exposição "A Consistência dos Sonhos".



Morte de José, dia 18 de Junho 2010


No dia 18 de Junho, ao levantar-me, senti uma leve tristeza. Nesse dia seria o aniversário da minha mãe. Nesse mesmo dia, para que eu nunca me pudesse esquecer disso, ao princípio da tarde, chegou-me, pela minha amiga Federica, a noticia da morte de José Saramago.
Eu sabia que não era possível que ela brincasse com este assunto e por isso era verdade... uma terrível verdade.
Tinha conhecido a sua maneira de escrever directamente em português, em 2005, iniciando a estudar a língua portuguesa, quando li “O Conto da Ilha Desconhecida” - um conto breve, de que gosto muito, e que depois li muitas vezes, também em voz alta. Gostei da ironia e da metáfora com que o Saramago contava a burocracia, da descrição do personagem principal e da mulher de limpeza: corajosos e obstinados, ingénuos e sonhadores, qualidade que levam o género humano a poder mudar as coisas. Outro elemento de que gostei foi da capacidade de escrever um diálogo duma forma narrada.
A sua maneira de escrever, com parágrafos longos e pontuação mínima, é incrivelmente bela e é um prazer para mim ler os seus escritos. Outro livro que amei muitíssimo foi “As Pequenas Memórias”, um livro de recordação, escrito para nos fazer conhecer de onde vinha o homem que ele era (isso era o que ele dizia), e, lendo o livro, a sensação é mesmo a que ele queria que fosse. Cresceu desta maneira a vontade de continuar a ler os seus livros e muitas vezes de ler outra vez algumas partes deles, como sucedeu com “Objecto Quase” .
Poderia falar muito sobre as sensações e a magia que me deram os seus livros, mas não é isso que interessa agora. A única coisa que interessa é que ele é para sempre o grande Ser que foi. Quero sublinhar finalmente uma imagem da cerimónia que me impressionou: o olhar de Pilar para ele, o grande amor do seu olhar para ele, que para mim é a imagem da grandeza pessoal de Saramago, além daquela do escritor.


Vilma Gidaro

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