mercoledì 14 dicembre 2011

Francesca Ferrara: conto de Natal



Ilustração de CATERINA MARTINI publicada em http://crazyoverdaisy.typepad.com/blog/



Pedimos aos alunos que escrevessem um pequeno conto de Natal...



Era uma vez uma menina que só pensava nas prendas que lhe dariam no dia de Natal. O seu aniversário era em princípios de Março e a partir dessa data perguntava todos os dias o que ia receber do Pai Natal, dos seus avós, dos seus tios, dos seus padrinhos, e de qualquer outro adulto que demonstrara ter muito afecto por ela.

Em 2011, quando já tinha 7 anos, houve uma crise incrível no seu país e no mundo inteiro. Mas a menina, que vamos chamar Belmira, tinha a sorte de o seu pai não só ter ficado com o seu trabalho, apesar da sua empresa ter despedido 30% da força laboral, mas até ter tido uma promoção nesse ano!

A Belmira, que era uma menina ávida, gulosa, mas também muito perspicaz, não tardou em reparar que o seu pai tinha fatos novos e camisas especiais (pois bem via a maneira como as tratava e como gritava à empregada quando não estavam bem passadas); que a sua mãe andava com cabelo ainda mais loiro do que costumava ter, e que fazia ainda mais lições de ténis do que o normal. Decidiu que ela também tinha direito em ter umas prendinhas extras.

Então em 2011 pediu ao Pai Natal (além do longa lista cheia de brinquedos que lhe pediu aos pais, etc.), que era o único a conseguir as prendas mais especiais, um quilo inteiro de bombons, rebuçados e doces, um tutu cor de rosa como o da Barbie, e um diadema de princesa.

Já sabem o que fez a menina com as suas prendas especiais… comeu uma montanha de doces de uma assentada e doeu-lhe tanto a barriguinha que não pôde estar com a família no jantar de Natal (naquela casa abriam as prendas, por insistência da Belmira, à meia-noite o dia 24). Quando pôs o tutu, além de lhe ficar um pouco justo por causa dos doces, deu-se conta que fazia muito frio para usá-lo, e que teria que esperar pelo menos uma eternidade... Chegou o turno do diadema, e desta vez ficou muito feliz quando viu a sua imagem no espelho. Esteve o dia inteiro embonecando-se, mostrando aos familiares e aos amigos o seu cabelo brilhante e comprido, que ressaltava com o diadema de princesa. Ao tirar a diadema, depois duma hora gritando para ir para a cama com ele posto, viu que faltavam três diamantes. Foi a primeira menina da sua idade em dar-se conta que nem tudo o que brilha é ouro...

Depois de ter chorado durante uma ora e meia, deitou-se, esgotada, e adormeceu. Mas, infelizmente, cinco minutos depois despertou com um sobressalto, e finalmente lembrou-se que tinha esquecido pedir a prenda que mais queria: um irmãozinho. Ainda bem que o Pai Natal também é vidente.

FRANCESCA FERRARA

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