mercoledì 4 aprile 2012

"Via dei portoghesi n° 2 - What else?"


Divertido texto de MARIA RITA VECCHIO subordinado ao tema "publicidade"...
Obrigado e parabéns, Maria Rita!



Gostava imenso de criticar a publicidade porque é, para mim, a maior causa do “consumismo” do nosso tempo, mas não posso criticá-la porque ela foi uma das coisas que deram sabor à minha vida.

Anos “Cinquenta”; depois da guerra nós meninos tínhamos só o jogo, maravilhoso, frequente e divertido, mas nenhuma viagem, nem férias, nem música, poucos filmes, noites compridas. Foi nesses anos que chegou a televisão e três anos depois chegou “Carosello”.

Cada noite, continha quatro mensagens publicitárias que duravam três minutos cada uma e eram representações teatrais em miniatura. Carosello projectava-nos num mundo “outro”, cheio de alegria, divertimento, beleza, cores (apesar do “preto e branco” da televisão).

Obrigávamos as nossas mães a comprarem os produtos da publicidade porque o produto era o único meio que permitia participarmos naquele mundo, então: de manhã nada nos dava mais energia do que “Ovomaltina”, nada lavava mais branco que “Omo”, nenhuma carne, na pequena caixa, era melhor que “Montana” (graças ao Gringo), enfim, o sabonete “Aloha” permetia ficarmos nas ilhas Hawaii entre flores exóticas e águas transparentes.

Carosello acabou e, com ele, acabou também o passo suave com o qual a publicidade entrou na nossa vida.

Mas ainda agora que ela explodiu, não posso criticá-la porque eu admiro os “ magos” da publicidade, eles são pessoas criadoras, têm uma fantasia desenfreada, conhecem a psicologia humana, a arte da persuasão e a língua italiana tão bem que conseguem manipulá-la, jogar com ela, usar perfeitamente as figuras retóricas.

Por exemplo, na mensagem escrita que faz publicidade ao queijo “Philadelphia” podemos ler: “agrada porque é cremoso ou agrada porque é gostoso?” Nesta frase: há dois dilemas, mas a escolha é indiferente porque o resultado vai ser o mesmo, uma anafora, para sublinhar o verbo agradar: “agrada porque…agrada porque…”, um homoteleuto: cremoso, gostoso. Então, a gente compra o queijo “Philadelphia” porque gosta dele ou porque a publicidade a convenceu que ele é bom e suave?

Os “magos” da publicidade fazem acolher a mensagem por expedientes e modalidade de expressão e comunicação que suscitam o interesse dos destinatários, também com a publicidade dos objectos que são expressão da riqueza e da posição social de quem os possui eles alcançam sempre o fim, de facto a gente compra-os como sinais visíveis duma condição económico-social privilegiada na qual crêem de participar.

Pelo contrário há a “Publicidade-Progresso” que eu aprecio porque convida a não bebermos alcoólicos antes de guiar, nem assumirmos drogas, nem batermos nas mulheres etc . e serve-se de imagens cruas mas reais.

Queria acabar este texto com uma mensagem publicitária.

Queres perder 2 Kg. em 4 semanas e descobrir a fonte da juventude?
Queres acabar com a vontade de fumar?
Queres conhecer a diferença entre comer e jantar bem?
Queres ver nada nas paredes?
Queres sorrir no teu aniversário?

Vem à Via dei Portoghesi n° 2. Vais encontrar: um trabalho tão duro e um professor tão severo (justamente) que vais suar e emagrecer e o teu cérebro não arriscará o Alzheimer por estar in contínuo exercício

Não poderás fumar por duas horas
Vais conhecer a comida portuguesa com vinho Porto final
Vais ficar numa sala de aula com paredes branco-convento
Os teus companheiros vão cantar para ti “Parabéns a você” no teu aniversário

Então: Via dei portoghesi n° 2 What else? (expressão emprestada por George Clooney)

MARIA RITA VECCHIO

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