venerdì 27 marzo 2015

La parola allo studente: Matteo Canale, "Uma viagem à roda do meu quarto"

O nosso aluno de primeiro nível, Matteo Canale, escreveu esta composição divertidíssima sobre a sua casa milanesa. Muitos parabéns ao Matteo pelo belo resultado e muito obrigado por partilhar connosco este texto tão especial!


Descrição de uma viagem à roda do meu quarto

Eu não sou Xavier de Maistre, todavia esta é uma descrição de uma viagem à roda do meu quarto: uma descrição nem neutra, nem sistemática à moda dos escritores do Nouveau Roman.

Agora vou explicar: se o mundo pode ser uma representação, uma deformação também, dos nossos olhos, a casa é sempre o espelho do que nós somos, dos nossos estados de ânimo, portanto nesta viagem, a minha bagagem é a lente da ironia. Gosto de empreender a minha viagem!

Eu sou de Roma mas nos últimos dez anos moro em Milão; por causa do meu novo trabalho – este é um caso de ironia verdadeira! – durante a semana viajo de Milão para Roma, onde fico de terça até quinta feira. Os meus pais chamam-me “o passageiro” e chamam o comboio “a casa verdadeira do nosso filho”.

A casa onde moro em Milão fica na zona norte da cidade, longe do centro histórico, perto do parque Sempione; ao lado da minha casa há uma mercearia muito conhecida pelos seus queijos, cara também, onde gosto de tomar os meus jantares e onde gasto o meu salário todo.

A minha casa fica ao 4° andar de um prédio sem elevador; tem a fachada típica dos prédios de Milão, feita de pedra cinza, sem varandas, com os telhados de ardósia: uma fachada construída em 1811 com um caráter grave, reservado, quase tímido: o modo dela de ser milanesa.

A rua onde moro é tão estreita que quando há nevoeiro cerrado, o nevoeiro entra pelas janelas e a sala parece a estação central de Londres. Do sofá onde agora estou sentado – do sofá da sala - posso ver a casa toda: à direita há a cozinha ou a ideia de cozinha, porque é muito mais que pequena; à esquerda há o meu quarto e a casa de banho. Tenho uma varanda pequena para o pátio do prédio, onde fica a maquina de lavar roupa.

A minha sala é uma caixa de charutos com duas janelas: as paredes todas são cheias de livros arrumados nas estantes de madeira; tenho os livros em baixo da mesa e das janelas, atrás das cortinas, em cima da chaminé. Uma cadeira muito larga, muito desconfortável também, é construída com livros de arte. Na sala há dois sofás e uma mesa redonda; não gosto de estender os tapetes por causa da minha alergia terrível ao pó.

No meu quarto há uma cama japonesa muito baixa e dois roupeiros de madeira; a cortina é verde azulado: não tenho livros no quarto: eu gosto do minimalismo: então no quarto, em cima da cama, há um quadro só: um retrato feito por uma pintora não conhecida de que eu gosto: um retrato de homem a preto e branco: o meu pai.

Na cozinha tenho…. Na verdade a minha cozinha é um frigorífico só com o fogão e um lava loiça… Eu sou muito minimalista! Não tenho mesa; não tenho a máquina de lavar loiça; quase não tenho loiça para lavar…

A casa de banho é o quarto mais largo e lindo na casa: ao meio há uma banheira de ferro fundido com pés: muito linda e muito cenográfica, mas inutilizável (de manhã gosto de tomar um duche!). Na parede inteira em frente da porta há um espelho muito largo e do tecto pende um candeeiro de vidro, talvez roubado do palácio real… A casa de banho parece uma sala de espera nos banhos termais: de onde é que vinha o arquiteto? Talvez ele fosse da Hungria?


MATTEO CANALE

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