sabato 28 ottobre 2017

MAURO DONATI: «Coisas ridículas»

MAURO DONATI, aluno de Português do IPSAR e estudioso apaixonado da obra de Fernando Pessoa, ortónimo e heterónimos, fez esta pequena composição inspirada nas célebre "Cartas de Amor" de Álvaro de Campos.
Com a sua autorização aqui o publicamos, saudando muito o autor e amigo Mauro!


Quando era jovem
costumava escrever
cartas de amor.
Mas logo deixei
de escrevê-las,
pois diziam
as cartas de amor
serem ridículas.
Hoje tenho
uma prosa irrepreensível,
os cabelos grisalhos e
saudades
de coisas ridículas.


MAURO DONATI

Para ler a poesia de Álvaro de Campos "Todas as cartas de amor são ridículas" - de 21-10-1935 - publicado pela primeira vez em Lisboa pela editora Ática em 1944, aqui: http://arquivopessoa.net/textos/2492

Maria Bethânia interpreta aqui o mesmo poema:

 

MAIS VALE… Jeannette Papadopoulos



Pedimos aos alunos do segundo nível do Instituto Português de Santo António em Roma para escreverem sobre alguns provérbios portugueses, que têm em comum a sua expressão inicial: «Mais vale...».
Jeannette Papadopoulos escolheu «MAIS VALE UM COBARDE VIVO QUE UM HERÓI MORTO»



Obrigado, Jeannette!

Talvez hoje este provérbio não seja verdadeiro, porque já não há heróis.
As pessoas acham que é melhor preocupar-se consigo mesmase não com as outras pessoas.
São poucas as pessoas que querem dar a sua vida para salvar alguns ou ajudá-los, se têm de renunciar algo.

Para mim, os modernos heróis são os jovens que trabalham nas organizações humanitárias ou para salvar o ambiente natural. Eles arriscam, talvez não a morte, mas a cadeia; e certamente sacrificam muito a sua própria vida.

Há muitos anos que uma música triste do Fabrizio de André diz:
“Ela que o amava, estava esperando o retorno de um soldado vivo; de um herói morto o que se fará?”
(La ballata dell’eroe, 1968)
Um profeta dos nossos tempos sem heróis! Mas, infelizmente, ainda há guerras!

JEANNETTE PAPADOPOULOS

Ainda a visita da Universidade Católica a Roma

IN http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/internacional/ensino-papa-pediu-a-universidade-catolica-para-passar-das-palavras-aos-atos-reitora-da-ucp/


D. Manuel Clemente presidiu à delegação da instituição recebida em audiência no Vaticano
Foto Lusa, Audiência da UCP no Vaticano 


Ensino: Papa pediu à Universidade Católica para «passar das palavras aos atos» - reitora da UCP

         

Henrique Matos, enviado da Agência ECCLESIA a Roma, 26 de Outubro de 2017, às 23:00

A reitora da Universidade Católica disse hoje à Agência ECCLESIA que o Papa Francisco pediu à instituição portuguesa para “passar das palavras aos atos”, em “diálogo com o mundo” e a “fazer no mundo”.

“Há sempre mais a fazer e não podemos ficar no nosso conforto”, afirmou Isabel Capeloa Gil após o encontro com o Papa, em Roma.

Para a reitora da UCP, o Papa apelou a uma universidade “inclusiva” e desafiou à afirmação da “dimensão da Igreja no mundo”, criando um “espaço que de diálogo fecundo dos saberes”.

“Sermos concretos, estarmos no terreno, estarmos em diálogo com o mundo, mas estarmos a fazer no mundo também”, insistiu.

O Papa Francisco recebeu hoje uma delegação de 150 colaboradores da UCP em audiência no Vaticano, presidida por D. Manuel Clemente, magno chanceler da instituição.

Para o cardeal-patriarca de Lisboa, o Papa pediu no discurso que dirigiu à delegação que “toda a reflexão que se faz na universidade, teórica e científica, nunca perca de vida o concreto das situações e da vida das pessoas”.

D. Manuel Clemente lembrou que o Papa deixou um apelo a um “diálogo integrador”, à procura do “saber integrado e integral”, sempre com uma preocupação “humana e humanizadora.

“Noto em toda a gente, desde a equipa reitoral e os diretores das faculdades, uma grande vontade na linha do que o Papa Francisco propôs”, acrescentou o cardeal-patriarca de Lisboa.

Durante a audiência, Isabel Capeloa Gil entregou ao Papa dois presentes: o Fundo de Apoio Social Papa Francisco e uma cruz peitoral, “desenhada por uma jovem artista portuguesa, Carolina Curado, bióloga por formação e designer por vocação”.

A Universidade Católica Portuguesa está a assinalar 50 anos de existência, celebrados em Roma na audiência com o Papa Francisco, uma sessão na Universidade Gregoriana e uma Missa de Ação de Graças na Igreja de Santa Ana, no Vaticano.

A criação da Universidade Católica data de 1967 e o reconhecimento oficial de 1971, considerada pelo Estado como “instituição universitária livre, autónoma e de utilidade pública”.

Henrique Matos, enviado da Agência ECCLESIA a Roma, 26 de Outubro de 2017, às 23:00
 

IN http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/internacional/ensino-papa-pediu-a-universidade-catolica-para-passar-das-palavras-aos-atos-reitora-da-ucp/

Fiorella Ialongo sulla mostra di Benhy Bradshaw Costello all'IPSAR

 

Benhy Bradshaw Costello e l’arte di rivisitare i ricami

di Fiorella Ialongo

IN http://www.26lettere.it/benhy-bradshaw-costello-e-larte-di-rivisitare-i-ricami/


Il ricamo, da sempre, è ricercato per la sua bellezza che può farlo diventare oggetto di desiderio come nel caso di Alessandro il Grande nei confronti del letto a baldacchino ricamato di Dario dopo averlo sconfitto. Inoltre in Spagna ed in Portogallo i fili divennero colorati grazie all’influenza della dominazione musulmana, dando vita ad una fine tradizione. Essa era presente anche nel ricamo delle donne meno abbienti le quali disegnavano raffigurazioni semplici e frasi d’amore a volte sgrammaticate su canovacci. Essi divennero fazzoletti di corteggiamento e simbolo d’amore delle ragazze in età da marito verso i loro fidanzati non ancora dichiarati o anche per quelli che erano  salpati per l’Oceano. Questi manufatti avevano quindi un forte valore psicologico. E’ per questo motivo che Benhy Bradshaw Costello ha voluto reinterpretare in chiave moderna i fazzoletti di corteggiamento. Essi sono esposti nella mostra intitolata “Agulhas falantes lençons de namorados e altri ricami rivisitati”, che si tiene presso l’ Istituto Portoghese di S. Antonio a Roma, Via dei Portoghesi, 6, aperta fino al 30 ottobre tutti i giorni dalle 17 alle 20. Il patrocinio è dell’Ambasciatore del Portogallo presso la Santa Sede Antonio De Almeida Lima, il curatore è il Prof. Francisco de Almeida Dias. In occasione del vernissage ci ha gentilmente concesso un’intervista l’artista il quale ha affermato di aver voluto reinterpretare l’antica tradizione popolare del ricamo per farla diventare un’arte. Nelle sue opere esposte Benhy Bradshaw Costello ha utilizzato la tecnica ed il disegno delle donne di umili origini ed ha aggiunto raffinatezza e  ricercatezza scrivendo sui fazzoletti brani dei più famosi letterati portoghesi come Camoes e Pessoa. Nella mostra vi è anche una seconda parte in cui le opere sono completamente diverse. Sono vecchie foto che l’artista ha trovato al mercato delle pulci di Lisbona e che ha ricamato sulla carta fotografica. Si tratta di una tecnica più difficile rispetto al ricamo su canovaccio in quanto non consente errori. Al ricamo su foto ha aggiunto elementi divertenti e didascalie con storie inventate che le foto gli hanno ispirato, creando un effetto ironico e divertente. Con la sua mostra sul ricamo l’artista ha inteso recuperare una tecnica di comunicazione inusuale ma che può essere più e vera e profonda rispetto a quella dai ritmi veloci e a volte frenetici dei social

IN http://www.26lettere.it/benhy-bradshaw-costello-e-larte-di-rivisitare-i-ricami/

venerdì 27 ottobre 2017

Portugal é MÁTRIA: Mauro Clementi



Pedimos aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Mauro Clementi escolheu AMÁLIA RODRIGUES.
Obrigado, Mauro!


Amália Rodrigues, a Rainha do Fado ou também a Embaixadora da Alma Portuguesa, nasceu em Lisboa em julho de 1920 como Amalia da Piedade Rodrigues.
Na idade de escola primária ela já cantava e com 9 anos estreou-se em frente do público; também ela trabalhou muito cedo, como operária e vendedora de laranjas.
Aos 19 anos, depois de participar em muitos concursos amadores, ela torna-se cantora de fado professional no Retiro da Severa.
Este  é o início de uma longa carreira de mais de 50 anos. Na primeira parte desta carreira Amália participou em espetáculos de revista e também em operetas e começou a viajar pelo mundo inteiro (Espanha, Brasil, França etc.) cantando o Fado, mas também enterpretando muitas canções em línguas estrangeiras.
Com uma voz única, muito clara e áspera, o público ficou muito cedo apaixonado por esta imensa cantora. Em cena, a pequena Amáia trasformava-se num gigante que encantava os ouvidores.
Em 1945 ela gravou o seu primeiro disco em 78 rotações, o primeiro de cerca 170 discos!


Com 27 anos de idade, em 1947 Amália participou como actriz em dois filmes: “Capas Negras” e “Fado – História de uma cantadeira”.
Na década de 1950, a sua carreira cresceu ainda mais: concertos pelo mundo todo, outro filme (“Os amantes do Tejo”) e muitas gravações de discos.
Nos anos 60 ela mora mais frequentemente em Portugal e grava muitos discos aí. São estes os anos da melhor produçao musical de Amália, enterpretando, entre outras, canções com letras de importantes poetas portugueses (Camões, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, David Mourão-Ferreira e Alexandre O'Neill).


Na primeira metade dos anos 70 ela veio muitas vezes cantar a Itália e além disso, gravou dois lindissimos discos em lingua italiana: “A una terra che amo” em 1973 e “Amália in Italia” em 1974. O primeiro destes é sobretudo interessante porque inclui canções antigas e dialectais, como “Vitti ‘na crozza”, “Ciuri ciuri” e “Tarantella”, aqui nos podemos ver a versatilidade desta grande artista.


Com a revolução de 1974 Amália sofreu um período de esquecimento por ser o Fado considerado um simbolo do antigo regime.
Na década  sucessiva ela grava outros discos, alguns com letras escritas por ela mesma. A sua voz fica mais quente e dolente que antes, mas come sempre faz vibrar e emocionar quem a ouve.
Em 1987 finalmente ela dá um grande concerto na sua Lisboa, no Coliseu.
Ela começa a sofrer de uma doença nas cordes vocais e por isto nos anos sucessivos a sua actividade torna-se menos frequente, e os discos são compostos principalmente de velhas gravações.
Em 1995 Amália grava com o cantor e violista Roberto Murolo duas pérolas da musica napoletana: “Anema e core” e “Dicintencello vuje”, estas são proavelmente das últimas gravações de Amália, que vai morrer a 6 de outubro 1999, na sua casa em Lisboa.
Amália Rodrigues descansa no Panteão Nacional, na ingreja de Sanra Engrácia.


MAURO CLEMENTI

Portugal é MÁTRIA: Giuseppe Bruni



Pedimos aos nossos alunos de nível avançado do Instituto Português de Santo António em Roma para escreverem sobre algumas mulheres notáveis da cultura portuguesa. Giuseppe Bruni escolheu MARIA JOÃO PIRES.
Obrigado, Giuseppe!




Maria João Pires não foi somente uma menina prodígio, porque deu o primeiro recital aos 5 anos e aos sete tocou Mozart em publico. Fundou e dirigiou um Centro em Belgais para o estudo das Artes. Já dos anos ’70 dedicou-se a uma reflexão sobre a arte e as suas consequências sociais e educativas. O seu método põe o indivíduo no centro e deixa de lado as lógicas competitivas. O diário inglês “The Telegraph” escreveu que ela é a pianista que toca para mudar o mundo. O sentido dessa maravilhosa frase é que a sua música tem um papel que excede o unicamente artístico.

Quem teve o privilegio de ouvi-la tocar pode amá-la infinitamente ou ficar indiferente. A gente reconhece-a como uma das maiores intérpretes de W.A. Mozart. O seu Mozart não mudou de há 30 ou 40 anos. Os seus piano e pianissimo são admirados, mas de acordo com alguns não estão ao nível emocional e teatral do mundo mozartiano. Mas foi tocando Schubert que ela encontrou uma liberdade de expresão que fez da sua execução da Sonata D960 um verdadeiro encanto.

A sua carriera començou com Bethoven e a execução da Sonata op. 109, um trabalho transcendente que culmina num set de variações maravilhosas, emociona incrivelmente:



As gravações da obra de F. Chopin são centrais no repertório de Maria João Pires; desde o princípio e ele é o compositor com o qual os seus ouvintes a associam mais frequentemente. Ela disse “Penso em Chopin, mas como um espírito sonhante, como um sentimental”. Dos Nocturnos  o jornal “Gramophone “ declarou  que não tinha dúvida que nas suas gravações não há rasto de narcisismo:



GIUSEPPE BRUNI